Nas últimas semanas foi lançado o plano safra, para buscar mais informações fui conversar com meu amigo Ricardo Nunes Schlosser que é gerente geral da agência agro do Banco do Brasil de Santa Maria. O Banco do Brasil, juntamente com Sicredi e Banrisul, são os principais bancos que oferecem o plano safra aqui na nossa região.
Aumento dos valores totais
O primeiro ponto é o aumento no volume total de recursos, tanto para agricultura familiar R$ 77,7 bilhões, quanto para médios e grandes produtores que terão disponíveis para crédito R$ 364,2 bilhões. Esses valores representam um aumento de 34% e 26,8%, respectivamente.
Pronaf
Com foco na agricultura familiar, normalmente produtores que tem renda bruta anual menor que R$ 500 mil é possível conseguir recursos para custeio da safra com uma taxa de juro de cerca de 5%. Além disso, é possível aquisição de equipamentos (trator, pulverizador, etc) por meio do programa mais alimentos com taxa também de 5% e um teto máximo de R$ 210 mil por produtor.
Pronamp
A principal mudança que ocorreu no plano safra é o valor total de renda bruta anual para ser enquadrado no Pronamp. Até o ano passado esse valor era de R$ 2,4 milhões, já no plano safra desse ano esse valor foi atualizado para R$ 3 milhões, permitindo que um número maior de produtores possa ter acesso. Essa era uma demanda antiga dos produtores e se espera que tenhamos novas atualizações nos próximos anos.
Financiamentos e taxas do Pronamp
Nessa modalidade o teto de custeio é de R$ 1,5 milhão por produtor com uma taxa anual de juros de 8%. A parte de investimento dentro do Pronamp é de até R$ 600 mil, com uma taxa também de 6%. Além disso, quem se enquadra na modalidade Pronamp tem a possibilidade acessar o Moderfrota com financiamento de até 100% dos equipamentos com uma taxa de 10,5%, mas com prazo de pagamento entre 4 e 7 anos e 14 meses de carência.
Investimentos na agricultura familiar
Ainda dentro do Pronaf existe a linha de crédito de moradia rural (valor de até R$ 70 mil e taxa de 6% ao ano) que permite ao pequeno agricultor realizar reformas na sua casa. Outra linha de crédito é o Pronaf investimentos, com teto de R$ 210 mil por produtor e taxa de juros de 6%, possibilitando desde construção e reforma de galpões, mangueiras, entre outros.
Mais formas de financiamento
Os grandes produtores também têm acesso ao custeio com teto de R$ 3 milhões e taxa de 12%. Dentre as outras formas de financiamento temos o Proirriga que permite um financiamento de até 3,3 milhões para construção de barragens, açudes e implantação de pivôs de irrigação com taxa de 10,5% e carência de 2 anos. O PCA até 6.000 toneladas que é a construção de silos e secadores com taxas de 7% e teto de R$ 50 milhões.
Além disso, o RenovAgro e o Inovagro, que têm limites de R$ 5 milhões, taxa de 7% e prazos de cerca de 8 anos, são excelentes alternativas para recuperação de pastagens degradadas, compra de gado para reprodução e até mesmo drones de pulverização.
Conclusões
Embora não seja perfeito, o plano safra tem vários pontos positivos, portanto recomendo que os produtores conversem com seus agrônomos e seus gerentes do banco, para buscar as alternativas e como melhor se enquadrar para utilizar esse recurso valioso para o desenvolvimento da agricultura brasileira.
Muito obrigado, prof. Enio Marchesan! 
